Fonte: Pensar Agro

O Estado de Mato Grosso reassumiu a liderança nacional no Valor Bruto de Produção (VBP) em julho, após um período de queda devido a desafios climáticos e flutuações nos preços de commodities. O estado, que é o maior produtor de grãos do Brasil, superou São Paulo, que havia ocupado o primeiro lugar desde março deste ano.

Os dados, fornecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), revelam que seis estados concentram 67% das receitas agropecuárias do país: Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. Além disso, seis produtos agrícolas—soja, milho, cana-de-açúcar, café, algodão e laranja—representam 55% do VBP das lavouras.

Mato Grosso, com sua forte dependência da produção de grãos, enfrentou desafios significativos, mas a recuperação dos preços e o ajuste nas safras permitiram ao estado retomar sua posição de liderança no cenário agropecuário brasileiro.

A queda de Mato Grosso no ranking foi impulsionada por adversidades climáticas que afetaram a produção de soja e milho, dois dos principais produtos do estado. Além disso, a baixa nos preços dessas commodities reduziu a receita do estado, que fechou 2023 com um VBP de R$ 185 bilhões. As estimativas para 2024, inicialmente projetadas em R$ 158 bilhões, foram revisadas para R$ 165 bilhões em julho, graças a ajustes na safra e uma leve recuperação dos preços.

Durante o período em que Mato Grosso enfrentou dificuldades, São Paulo se destacou, principalmente devido à valorização da cana-de-açúcar, a principal cultura do estado. Com isso, São Paulo assumiu temporariamente a liderança nacional no VBP.

No contexto nacional, o VBP total do Brasil está estimado em R$ 1,19 trilhão para 2024, uma redução em comparação ao ano anterior. O setor de lavouras deve gerar R$ 811 bilhões, registrando uma queda de 3%, enquanto a pecuária apresenta um crescimento de 5%, com previsão de alcançar R$ 383 bilhões.

Entre os produtos que mais impactaram negativamente o VBP das lavouras estão a soja, com uma queda de 18% nas receitas, e o milho, com uma redução de 15%. Por outro lado, a suinocultura se destaca positivamente, com um aumento expressivo de 65% em relação a 2023, impulsionada por recordes de exportação, atingindo R$ 57 bilhões.