Emirados Árabes Unidos investem R$ 15 bilhões na macaúba brasileira
Data de Publicação: 20 de novembro de 2024 16:15:00
Créditos: Pensar Agro
Os Emirados Árabes Unidos estão investindo R$ 15 bilhões no desenvolvimento da macaúba, uma planta nativa do Brasil que pode revolucionar o mercado de biocombustíveis e desafiar a hegemonia da soja. O projeto não apenas visa explorar o potencial inédito da macaúba para produzir até sete vezes mais óleo por hectare, mas também busca movimentar cerca de R$ 90 bilhões nos próximos dez anos, gerando 90 mil empregos diretos e indiretos.
A macaúba (Acrocomia aculeata), conhecida popularmente como bocaiúva ou coco-babão, é uma palmeira brasileira de até 15 metros de altura, encontrada em diferentes regiões do país. Sua adaptabilidade a climas variados, baixa necessidade hídrica e longa vida útil, de até cem anos, destacam-se entre suas características.
O diferencial dessa planta está na alta produtividade de óleo vegetal, obtido tanto da polpa quanto das amêndoas de seus frutos. Enquanto a soja produz, em média, 700 litros de óleo por hectare, a macaúba pode alcançar até 5 toneladas por hectare, posicionando-se como uma alternativa altamente competitiva.
Além disso, o óleo da macaúba possui aplicações que vão além do biodiesel, sendo utilizado na indústria alimentícia, cosmética e de sabões, o que amplia ainda mais suas possibilidades de mercado.
Apesar do grande potencial, o cultivo e processamento da macaúba enfrentam barreiras tecnológicas, especialmente na extração eficiente do óleo. Para superar esses desafios, a parceria entre a a empresa Acele, dos Emirados, e a Embrapa aposta em inovações como seleção genética e aprimoramento dos métodos de extração.
O objetivo é garantir viabilidade econômica e sustentabilidade ambiental, preparando a planta para atender às demandas de mercados globais exigentes, como o europeu, que priorizam produtos com baixo impacto ambiental.
Outro ponto de destaque é o papel da macaúba na recuperação de áreas degradadas. Cultivar a planta em pastagens inutilizadas não apenas cria novos campos produtivos, mas também gera créditos de carbono, contribuindo para mitigar os efeitos do aquecimento global.
Essa abordagem sustentável tem ganhado relevância em um cenário onde o mercado de carbono se consolida como um instrumento econômico importante para atrair investimentos estrangeiros e fortalecer cadeias produtivas.
Embora a soja domine o mercado de oleaginosas, a macaúba surge como uma alternativa que pode diversificar a produção nacional. Com a construção da primeira fábrica de combustível sustentável de aviação (SAF) derivado da macaúba, localizada em Mataripe, Bahia, a planta começa a demonstrar seu potencial para ampliar as fronteiras do agronegócio brasileiro.
Se a soja representa estabilidade e tradição, a macaúba carrega a promessa de inovação e sustentabilidade, podendo transformar o Brasil em referência global no setor de bioenergia.
A combinação entre o alto investimento, a geração de empregos e os benefícios ambientais reforça o otimismo em torno da macaúba. Este pode ser o início de uma nova era no agronegócio brasileiro, com uma planta nativa ocupando um lugar de destaque no mercado mundial.
Seja o primeiro a comentar!
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo
Nome
|
E-mail
|
Localização
|
|
Comentário
|
|