Índio não quer ser tratado como coitadinho, índio quer e é capaz de produzir seu próprio alimento.
Informações de A Semana7
Diante da miséria e da fome que assombram as aldeias na região do Araguaia, fui convidado na tarde de hoje pelo vereador Garrincha para participar de uma reunião representando o Deputado Estadual @Dr. Eugênio com um grupo de representantes da nossa comunidade que pretende desenvolver projetos voltados a inclusão dos índios ao setor produtivo nas aldeias em Barra do Garças.
Sempre me soou estranho saber da existência de imensas áreas de terras aptas para a produção agrícola, mas reservadas ao uso dos indígenas, sem que os mesmos pudessem explorá-las comercialmente. Sendo, inclusive, proibidos de auferir renda porque esses territórios pertencem à União, que não os autoriza a arrendar e nem produzir culturas para comercialização nessas terras.
Apesar da grande burocracia existente nas leis, quando o assunto é lidar com índios, é fato que o assunto requer extrema atenção e providencias das autoridades, pois muitos índios estão comendo farinha com água, muitos morrem por diabetes, anemia e alcoolismo. Se não tiverem a subsistência própria, vão deixar de existir.
Entendo e defendo que a saída está na agricultura. Plantar por exemplo três mil hectares não vai acabar com a cultura indígena, não. Eles terão dignidade, escola e uma boa alimentação.
E para que tudo isso aconteça, são necessárias políticas públicas que realmente aconteçam. Para isso, acho que o mesmo grupo deveria reunir todos os caciques que tenham interesse nos projetos (agricultura, piscicultura, avicultura…), lavrar uma ata, e posteriormente realizar um referendo em todas as aldeias, para que em seguida esses projetos sejam desenvolvidos com o acompanhamento e aval do Ministério Público e da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Para termos um paramento na safra 2018/2019, índios Pareci que habitam o meio norte mato-grossense, foram autorizados pela Funai, Ibama e MPF a plantar 18 mil hectares de grãos – soja principalmente – no entorno de Campo Novo do Parecis e Sapezal. A abertura da colheita da soja na reserva foi prestigiada pelos ministros da Agricultura e do Meio Ambiente, além do governador de Mato Grosso, sinal evidente de que os tempos mudaram.Hoje, eles são exemplo para o Brasil em produção.
Dentro da nação Xavante, já houverem tentativas no passado de desenvolver projetos semelhantes, mas a polêmica em torno do tema pôs fim aos planos, pois temos muitas ONGs sérias que apoiam verdadeiramente os índios na agricultura, cultura, educação e saúde, mas infelizmente não são todas.
O certo é que a caça nas aldeias atualmente é insuficiente para matar a fome de todos, muitos estão morrendo pela desnutrição, e alguma coisa deve ser feita.
Assim como o branco produz em suas terras, defendo que o mesmo poderia acontecer com as terras indígenas, se seus habitantes fossem autorizados a explorar a reserva e desta forma depender menos dos favores do governo, evitando, inclusive, fatos como cobrança ilegal de pedágio dos veículos que transitam pelas suas terras, exemplo nosso no acesso Barra do Garças a Primavera do Leste.
Enquanto isso, esse assunto vem tomando força, com sinais de novos tempos, e o governo atual pensa diferente quanto ao tratamento dispensado aos povos nativos, que não tinham autorização para produzir culturas para comercialização nessas terras.
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