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Justiça dá prazo de 72 horas para Estado fiscalizar UTIs em município de MT

Justiça dá prazo de 72 horas para Estado fiscalizar UTIs em município de MT

Data de Publicação: 3 de julho de 2020 10:22:00 Na decisão, o Judiciário afirma que a medida visa identificar possíveis irregularidades e garantir cumprimento integral das recomendações impostas pela Anvisa em Juína.

Repórter MT

RepórterMT/Reprodução

Sede da Secretaria Estadual de Saúde, no Centro Político Administrativo, em Cuiabá.

A Justiça deferiu liminar pretendida pela 1ª Promotoria de Justiça Cível de Juína (a 735km de Cuiabá) e impôs ao Estado de Mato Grosso, por meio do órgão responsável pela Vigilância Sanitária Estadual, a obrigação de realizar vistoria na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – Diagnóstico e Imagens localizada em um hospital do município, no prazo de 72 horas. A medida visa identificar possíveis irregularidades na adoção de providências de controle de transmissão do coronavírus, em especial quanto à observância e cumprimento integral das recomendações impostas pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa). O juízo fixou multa diária de R$ 5 mil para caso de descumprimento da decisão, que é desta quinta-feira (02). 

“Aqui não se está a discutir conveniências político-administrativas, dificuldades orçamentárias ou por insuficiências no quadro de pessoal do órgão fiscalizador, como aparentemente se escora a negativa estatal; é preciso que se compreenda, é preciso que se tenha claro que evitar a proliferação da Covid-19 a níveis de comprometimento de toda uma unidade hospitalar não é questão que ceda a subterfúgios ou à surrada e sofrida ideia de “reserva do possível”. Aqui se está a tratar de vidas humanas expostas a um risco incomum de contágio a uma doença de notória letalidade”, argumentou o juiz Fabio Petengill. 

A Ação Civil Pública (ACP) foi proposta pelo promotor de Justiça Marcelo Linhares Ferreira, no dia 30 de junho, após a Promotoria de Justiça ter recebido representação sigilosa que noticiava possíveis irregularidades na UTI do hospital, que poderiam representar risco de  disseminação do SARS-CoV-2, vírus que causa a doença Covid-19. “Dentre as irregularidades apontadas na representação destaca-se a falta de Equipamentos de Proteção Individual para profissionais que estão a frente no atendimento de pacientes que ingressam na UTI do referido hospital, que estariam, inclusive, usando máscaras reutilizadas, e a atuação de profissionais pertencentes ao grupo de risco na linha de frente do enfrentamento da pandemia”, assinalou o promotor.

Segundo Marcelo Linhares Ferreira, a denúncia indicava ainda que havia pacientes com suspeita e confirmados de Covid-19 que não estavam sendo isolados, o que poderia gerar uma ampla disseminação da contaminação dentro da própria unidade de saúde. Diante das informações, o Ministério Público requisitou vistoria da Vigilância Sanitária Estadual para que identificasse todas as irregularidades no local, de forma técnica e precisa. Contudo, foi informado de que a vistoria requerida não poderia ser realizada devido a suspensão das atividades. “O requerido Estado de Mato Grosso, ao adiar a vistoria para momento posterior a pandemia, ignora o fato de que medidas de contenção do vírus se mostram inadiáveis e indispensáveis à redução dos casos de contaminação”, destacou.

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