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Ministério da fazenda revisa previsão do PIB agropecuário e aponta recuperação em 2025

Ministério da fazenda revisa previsão do PIB agropecuário e aponta recuperação em 2025

Data de Publicação: 19 de novembro de 2024 15:22:00

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Créditos: Pensar Agro

Imagem: reprodução

O Ministério da Fazenda revisou as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2024, reduzindo a estimativa de retração de 1,9% para 1,7%. Apesar da queda esperada, os dados indicam uma possível recuperação do setor em 2025, com previsão de crescimento de 6%, impulsionado por fatores como aumento na produção de soja e estabilização no ciclo de bovinos.

No terceiro trimestre de 2024, a agropecuária apresentou crescimento de 0,2% em relação ao trimestre anterior, contrariando a previsão inicial de retração de 0,5%. Comparando com o mesmo período de 2023, o setor registrou avanço de 1,2%. Essa recuperação parcial reflete melhorias nos números de abate de animais e na colheita de algodão, embora segmentos como cana-de-açúcar, café e laranja tenham sofrido com impactos da estiagem, queimadas e doenças como o greening.

Ainda assim, no acumulado de 12 meses até setembro de 2024, o PIB agropecuário deve registrar retração de 1,6%, indicando desafios persistentes no setor.

A Secretaria de Política Econômica projeta uma retomada significativa do setor em 2025, com crescimento estimado em 6%. A previsão se baseia em dados do IBGE que apontam para uma safra recorde de soja e no fim do ciclo de expansão de bovinos observado entre 2022 e 2024.

Esse desempenho esperado contrasta com uma desaceleração prevista para os setores industrial e de serviços, reforçando o papel estratégico da agropecuária para a economia nacional.

Para 2024, o Ministério da Fazenda prevê um crescimento de 3,3% no PIB total do Brasil, superando a projeção de 3,1% dos analistas consultados pelo Boletim Focus. Nos anos seguintes, o PIB deve manter uma trajetória moderada de alta, com crescimento estimado em 2,5% para 2025 e estabilidade em torno de 2,6% até 2028.

Fatores como o Plano de Transformação Ecológica, a reforma tributária, e o aumento na produção de petróleo e energias renováveis são citados como potenciais impulsionadores de longo prazo para a economia brasileira. No entanto, a manutenção de um ritmo sustentável dependerá de avanços em produtividade e eficiência.

O desempenho da agropecuária em 2024 reflete os desafios climáticos e estruturais que afetam o setor. No entanto, as perspectivas para 2025 trazem otimismo, com expectativa de recuperação baseada na retomada de ciclos produtivos e na superação de adversidades. Esses movimentos serão cruciais para consolidar o papel do agronegócio como um dos motores da economia brasileira.

Imagem: assessoria

DESAFIOS – “Este ano foi desafiador para o agronegócio brasileiro. Tivemos que lidar com a instabilidade climática, que afetou o rendimento das lavouras, e um cenário de mercado global menos aquecido, pressionando os preços das commodities. Esses fatores, somados à alta dos custos de produção, impactaram diretamente o desempenho do setor e contribuíram para esta já esperada queda do PIB do agro”, afirmou Isan Rezende (foto), presidente do Instituto do Agronegócio (IA).

Mas Rezende ressaltou a importância de o governo federal adotar uma postura mais austera na condução das contas públicas para evitar desequilíbrios econômicos. “A inflação controlada e a estabilidade cambial são essenciais para que o setor tenha previsibilidade e competitividade. Além disso, um ambiente fiscal equilibrado é a base para atrair investimentos, especialmente em um momento em que o agro precisa de tecnologias e infraestrutura para aumentar sua eficiência”.

O presidente do Instituto do Agronegócio também reforçou o papel estratégico do agronegócio na economia brasileira, mas alertou para os desafios futuros. “O agro é uma locomotiva do país, mas não pode puxar sozinho. Precisamos de políticas públicas que incentivem o desenvolvimento sustentável e melhorem a logística e a comercialização. O setor já mostrou sua resiliência, mas é fundamental contar com um governo comprometido em dar suporte adequado para que possamos crescer de forma sustentável”, completou.

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