Polícia Civil encontra restos mortais e documentos de mulher morta há 25 anos pelo marido
Idoso confessou o crime e diz que matou a mulher por ciúmes e contou aos filhos que ela tinha fugido com amante
Assessoria / PJC MT / ARAGUAIA NOTÍCIA
Consciência pesa depois de 25 anos e homem diz onde enterrou esposa |
Restos mortais, documentos e objetos da mulher morta pelo marido há 25 anos foram encontrados durante escavação realizada nesta sexta-feira (02.08), em Sinop, no banheiro de uma casa no bairro Jardim das Palmeiras. O material foi recolhido pelos peritos para perícia.
O trabalho foi realizado pela Polícia Civil e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), com apoio da Prefeitura de Sinop O homem de 64 anos que confessou ter matado a esposa, Luzinete Leal Militão, que tinha 28 anos, no ano de 1994, há quase 25 anos, também acompanhou a desenterramento dos ossos.
O delegado Ugo Ângelo Rech de Mendonça informou que os ossos, objetos pessoais e documentos estavam enterrados a 20 centímetros, em uma cova funda no banheiro da casa onde Jairo Narciso da Silva, 64 anos, morava com a mulher e duas crianças, uma de 6 anos, filho dele com a mulher, e uma segunda de 10 anos, filho de outro relacionamento da companheira.
"O local estava bem díficil, aproximadamente 20 cm de concreto, profundidade de mais de um metro e meio, bem fundo. Ela estava em posição quase que fetal", disse o delegado."Depois de 2 horas cavando começou a aparecer bolsa, objetos pessoais, documento com foto dela ainda preservada e depois chegou-se ao corpo da vítima", completou.
O delegado informou que foi ainda uma reconstituição simulada dos fatos para ter maiores detalhes de como ocorreu o crime.
Essa história veio à tona na terça-feira (30.07), quando o idoso procurou, por iniciativa própria, a Polícia Civil relatando que queria confessar um crime. “Ele veio até mim quando estava de plantão. Estava com a esposa, inclusive, e falou que queria confessar a prática de um crime. Até achei que era alguma coisa mais leve. E acabou falando que matou a esposa e enterrou o corpo, em um banheiro que era construído anexo a casa”, disse o delegado.
A partir de então, a Polícia Civil passou a fazer checagens e confirmou haver um boletim registrado a mão, com caneta azul, comunicando o desaparecimento da mulher. O boletim é datado de 21 de outubro de 1994 e o comunicante é próprio marido da vítima, Jairo Narciso da Silva. No documento ele relata que a mulher sumiu na noite de 17 para 18 de outubro de 1994 e até aquela data da confecção do boletim ela ainda não tinha voltado para casa. Ainda na narrativa do boletim ele fala que entrou em contato com a mãe dela no Paraná, mas lá ela não tinha aparecido.
Vinte cinco anos depois, ele resolveu confessar o homicídio por remorso. O idoso contou ao delegado que matou a mulher com um golpe de barra de ferro na cabeça, quando a mulher estava deitada na cama e depois finalizou asfixiando a vítima até sua completa morte. Depois enterrou em um banheiro em construção, anexo à casa, junto com joias e documentos, para tentar simular que ela tinha fugido com um amante.
“Nesse tempo todo vinha falando para os filhos que ela tinha fugido com um amante”, disse. “Os filhos, agora adulto, ficaram sabendo essa semana”, completou o delegado.
A motivação, segundo o idoso, foi por ciúmes porque a mulher gostava de sair à noite.
Ainda em depoimento, o suspeito contou que certo tempo depois vendeu o imóvel para uma terceira pessoa. Esse comprador foi identificado e afirmou a Polícia Civil ter comprado a casa dele.
O delegado Ugo Ângelo Rech de Mendonça, disse que foi representado junto ao Poder Judiciário por autorização judicial para escavar o local, visando encontrar os restos mortais da vítima, bem como outras provas que possam comprovar a materialidade dos fatos.
“O suspeito disse que resolveu procurar a polícia, pois bateu arrependimento. Mesmo que o homicídio tenha prescrevido, o crime de ocultação de cadáver é permanente, fato esse que o suspeito poderá ser responsabilizado criminalmente”, destacou o delegado.
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