CARLOS MARTINS / FOLHA MAX

O vereador Abílio Júnior (PSC) reafirmou durante a sessão ordinária desta terça-feira (5), na Câmara Municipal, as denúncias de assédio feitas por uma ex-servidora da saúde na semana passada contra o vereador Adevair Cabral. Já o parlamentar acusado, negou qualquer ato praticado e disse que até hoje não foi citado nem convocado para dar qualquer explicação. Ele afirmou, ainda, que irá tomar medidas judiciais contra seus acusadores.

A denúncia veio à tona após Adevair Cabral registrar um boletim de ocorrência contra o vereador Abílio, na última quinta-feira (31), que estaria “espalhando”, fotos intimas suas. Apesar de reconhecer que era ele que estava na foto, Adevair não explicou as circunstâncias em que a foto foi feita, bem como as imagens chegaram ao colega parlamentar.

Após o registro do boletim de ocorrência, o vereador Abílio Júnior disse que recebeu denúncia da ex-servidora da Saúde contra Adevair por assédio sexual. Nesta terça-feira, em seu pronunciamento na Câmara, ele disse que a servidora o procurou e contou que trabalhava em uma unidade básica de saúde no município, função que conseguiu graças à ajuda de um padrinho político. 

Após a morte deste “padrinho”, a mulher disse que lhe informaram que o vereador Adevair Cabral poderia substituir tal padrinho. “Ele começou a conversar com ela por Whats e começou a dar algumas indiretas”, disse Abílio, acrescentando que a mulher relatou que recebeu fotos de Adevair “da cintura para baixo”. 

Após a mulher ter dito a Adevair que “não confundisse as coisas”, ela contou que foi convidada para tratar de uma vaga de emprego na sede da Associação dos Servidores da Prefeitura de Cuiabá (Aspe), que fica localizada em Várzea Grande.

“Ela achou que seria seguro ir até a Associação. Ao chegar lá, encontra o vereador atrás do computador se masturbando, esperando por ela”, disse Abílio Júnior. Ela explicou que não denunciou na época, porque tinha que cuidar do filho e acreditou que não seria fácil arrumar emprego caso fizesse a denúncia. “Um tempo depois, ela foi exonerada da função que ocupava e entrou em depressão”, disse Abílio Júnior. O episódio ocorreu em maio de 2017.

Abílio disse, também, que a ex-servidora mostrou para ele a foto supostamente enviada por Adevair. “Não mostramos para ninguém [a foto]. Não tínhamos como comprovar que a foto era de Adevair, até que ele faz o B.O., e diz que a foto era dele”.

Por fim, Abílio disse que a ex-servidora está disposta a ir até a Câmara para falar. “Ela vai vir aqui para falar. E outras pessoas vão falar. Apadrinhamento político por assédio sexual, isso tem que acabar. Se não for bonita, não contrata. Assédio moral, violência sexual, isto tem que acabar. Eu posso ser cassado, mas não vou me calar”, afirmou.